quarta-feira, 16 de setembro de 2009

REBELDIA INSANA....






Levanta-te, não chores.

Tens de saber que às vezes é difícil

matar o que nos mata,

ir aguçando o gume do cutelo

e movê-lo depois, logo em relâmpago,

até que o monstro seja degolado

e não fique sequer uma gota de sangue,

da cicuta voraz que lhe corria

plas veias tão geladas, sob a pele

que terias beijado quase a medo

em busca de um sabor que fosse o fogo

e o ar e a água,

mas era só veneno adocicado,

daquele que vicia sem parecer viciar

e nos deixa sem cura a vida inteira.


Levanta-te, bem sabes,

desde o tempo dos contos infantis,

que todo o mal procura disfarçar-se

em rostos como aquele,

na perfeição volátil desse abismo

a que chamam beleza e vai ardendo

em lânguidos sorrisos e olhares

feitos de pura seda, seduzindo

espíritos como o teu,

demasiado inocentes ou perversos

para desconfiar da eternidade

ou para resistir à luz fosforescente

que, obedecendo às leis da natureza,

sempre soube atrair até à morte

o alucinado voo das borboletas.


Levanta-te, vá lá, não tenhas medo

de apertar o gatilho as vezes necessárias

para que tudo morra - os estertores

da tua alma ou do teu corpo

mesmo assim doem menos, acredita,

que o travo torvo dos piores remorsos.

E se vires que é preciso

rasgar dentro de ti, antes de serem escritos,

os mil e um poemas

que haverias de ler, talvez sem esforço,

à flor daquela face, não hesites,

porque a felicidade tem um preço

e os versos, quaisquer versos, são apenas

a memória infiel deste vento que move

as árvores lá fora enquanto é noite,

mas que às primeiras horas da manhã

deixará elevar-se um nevoeiro

tão espesso e esbranquiçado, que o amor

será nesse momento uma palavra baça

que nada te dirá, a ti ou a ninguém.


Fernando Pinto do Amaral, Poemas Escolhidos (1990-2007)
Sua voz aqui ao meu lado
Suas mãos entrelaçadas
Minhas pernas que você já não reclama
Te trazem pra perto
Teus olhos me seguem
Meu telefone não toca
Tua ausência sufoca.
Nunca estou sozinha.
Procuro mil vezes
Acho um tudo pra entreter
Me distraio
É fácil brincar
Falar
Pensar que venci
Saio de perto.
Você vem atrás
Me fala que não
Eu digo que sim
Fim do impasse.
Olho pro lado, adentro seu mundo
E tudo fica perfeito
Suas palavras
Meus sonhos
Nossos pensamentos
Falo pra se afastar
-não presto -
Sei manipular e dominar
Seu desejo de morte
Virou vida
Agora me falta tempo.
E sobram desejos..
Nada mais importa
Me tomou entre tuas mãos
O precipício ficou iluminado
Não há pausa no caminho
Decido pela tua sombra
Foi fácil . És dócil.
Me tornei deslizes...
Hoje foi assim...
E adorooooooo isso.
Mas me deu um sonooooo
Beijooooooo
Ale

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