Distância
(Nuno Júdice)
Entro no teu quarto,
como se entrasse no mar.
Um temporal de perguntas
enrola os teus cabelos.
Lançaste contra as ondas de um sonho antigo,
e abres a porta da varanda
para te sentares à cadeira do oriente,
apanhando o vento da tarde.
«Não te levantes, digo,
e deixa que os teus olhos se libertem
de sombra, depois de uma noitede amor,
para me abrigarem da luz estéril da madrugada.»
Mudas de posição,
como se me tivesses ouvido;
e o teu corpo enche-se de palavras,
como se fosses a taça da estrofe.
ClÁSSICA INTIMADA.
Sempre vou ao seu encontro
Pois meus pés já contam os passos que chegam em ti
Abraço suas costas pois meu corpo já conhece a curvatura do seu dorso,
Seguro em suas mãos pois sei que aqueço a frieza que reside na tua pele,
Beijo seu ombro só porque adoro ficar na ponta dos pés e te alcançar,
Aperto sua cintura porque sei "decor" o número de tudo que veste,
Assopro sua nuca porque acho graça em te ver contorcer,
Deslizo meu quadril em você pra sentir o seu calor,
Mordo sua boca porque a careta que você devolve é única...
Puxo o seu cabelo só pra você reclamar e tentar revidar,
Olho pra você com a certeza que eu não estou sonhando...
Te dou um tapa bem dado pra você saber que isso tudo aí tem dona!
Beijoooooooooooooooooooooooo
,
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