O amor antigo vive de si mesmo
Não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
Mas do destino vão negar a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
Feitas de sofrimento e beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
E por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
Aquilo que foi grande e deslumbrante,
O antigo amor, porém, nunca fenece
E a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
E resplandece no seu canto obscuro,
Tanto mais velho quanto mais amor
( Carlos Drummond de Andrade )
(No infinito do mais profundo pensamento,
Na penumbra da mais escura noite,
Do tatear confuso do seu olhar,
Do emaranhado de palavras perfeitas,
Perversas, confusas e tolas...
Lá me encontro...
E permaneço,
"Indubio pro réu"...
Precisão alheia???
Me encaixo e te acho...
Hoje e sempre.
Jamais só...
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